terça-feira, 2 de outubro de 2012

7º Congresso de Gerenciamento de Projetos PMI-MG


O 7º Congresso de Gerenciamento de Projetos promovido pelo PMI-MG começou quente!
Após as boas vindas do presidente do capítulo, Ivo Michalick, e também do representante brasileiro do PMI, Juliano Reis, ninguém menos que Ricardo Vargas foi o responsável pela palestra de abertura do evento.
Com o tema “Pulse of the Profession”, Ricardo Vargas pautou 5 tendências atuais do Gerenciamento de Projetos:
1.       Gestão de Portfólios;
2.       Práticas Ágeis;
3.       Gestão de Riscos e Mudanças;
4.       Desenvolvimento de Talentos;
5.       Entrega de benefícios;
Frisou muito a importância da entrega de benefícios pelos projetos não bastando cumprir planos. “A parte fácil é o planejamento. O difícil é fazer as coisas acontecerem”. E para entregar benefícios, o gerente de projetos precisa lançar mão da flexibilidade. Aliás, flexibilidade foi, assim como simplicidade, um dos termos mais observados nas palestras.
Segundo Vargas, o que interessa é entregar resultado (benefício) rapidamente sem ficar preso a problemas.
Como recado final, Ricardo Vargas reafirmou que gerenciar projetos dá trabalho. Basta “deixar rolar” para que o projeto comece a dar errado (princípio da entropia).
Na sequência, veio a palestra do canadense Johnny Mo. “Inspiração” foi o pilar de sustentação da sua apresentação. “Pessoas não são gerenciadas, são lideradas”; pela inspiração.
Segundo Johnny Mo, grandes líderes são grandes comunicadores e consequentemente grandes inspiradores. Além disso, ele concorda com Jack Welch (GE) que defendeu a ideia de que líderes não nascem prontos. São feitos.
Para ilustrar o poder da inspiração, Johnny exibiu o vídeo de Dick e Rick:


A palestra “Competências para Mudanças”, proferida por Weibson Braga, serviu para acordar muita gente após o almoço. Recheada de dinâmicas, a palestra passou muito bem a mensagem de que a única constante é a mudança. E os gerentes de projetos precisam estar bem cientes disso.
Após, assisti à palestra de Hector Paulo: “Como avaliar e desenvolver o líder eficaz de projetos”. Nela, foi apresentada a metodologia SYMLOG (http://www.symlog.com/) utilizada para desenvolver habilidades comportamentais através da observação do comportamento do indivíduo quando ele interage com outras pessoas.
“Comunicando-se com Eficácia” foi o tema da palestra seguinte, proferida por João Carlos de Araújo da Silva Neto. Johnny Mo já havia relembrado que, de acordo com o PMBOK, comunicação foi identificada como uma das principais razões para sucesso ou falha de projetos. João Carlos informou que o Gerente de Projetos passa mais de 50% do seu tempo comunicando. Daí, não é difícil entender a importância da comunicação eficaz em projetos.
Um recado importante dessa palestra foi a de que assim como riscos, a identificação de stakeholders e o plano de comunicação devem ser trabalhados durante todo o projeto. Além disso, o gerente de projeto deve estabelecer uma política de feedbacks para verificar a validade da comunicação.
Ao final do dia, os congressistas foram brindados com um coquetel de confraternização. Ótima oportunidade para reforçar o networking!
Já no dia 25/09, a primeira palestra que assisti foi na verdade uma apresentação de um CASE. “Implantação do PMO Tecnometal: Criando Valor em Gestão de Projetos”. Renato Mangussi, contou a trajetória, dificuldades, desafios e resultados da implantação do PMO em sua empresa. Como principais motivações para sua criação, foram citadas:
1.       Relatórios de projetos sem padrão;
2.       Informações inconsistentes;
3.       Necessidade de análise da carteira de forma integrada;
4.       Tomada de decisões precisava ser mais rápida;
5.       Resultados dos projetos podiam ser melhores;
6.       Necessidade de fortalecer a cultura de gerenciamento de projetos;
7.       Demora na geração de informações de fluxo de caixa.
As principais entregas do “projeto” foram:
1.       Metodologia (MTGP);
2.       Implantação do EPM (Sistema Informatizado);
3.       PMO estruturado;
Foram relatados também os serviços prestados atualmente pelo PMO, porém um dos que mais me chamou a atenção foi a abordagem dada à manutenção da metodologia de gerenciamento de projetos (MTGP). Eles estão sempre a revisando no sentido de simplificá-la. Lembram-se do termo SIMPLICIDADE?
Na sequência, tive o prazer de rever um professor dos tempos de pós-graduação: Lúcio Diniz. Como não podia ser diferente, o professor Lúcio expôs com clareza e objetividade a “Metodologia para Controle Integrado de Projetos: Prática de AGM’s (Avaliação Gerencial Mensal)”. Para embasar sua apresentação, esclareceu a diferença entre empresas project-driven e process-driven. Basicamente, empresas project-driven têm projetos como fonte de receita(geralmente fornecedores).  Já em empresas process-driven, projetos não são fontes de receita e sim investimentos (geralmente clientes).
AGM nada mais é do que uma reunião deliberativa (deve gerar ações) composta por duas partes. Na 1ª – analítica, são discutidos DESTAQUES(o que aconteceu de diferente do plano), TENDÊNCIAS(consequências dos destaques), FATORES CRÍTICOS (Impactos em prazos, custos etc e que precisa ser resolvido) e ACÕES (o que deve ser feito para resolver os fatores críticos). Na 2ª parte da reunião – quantitativa, são apresentados números e gráficos tais como “PrevistoxRealizado”, “Relatórios financeiros”, “Curva S”, “Valor Agregado”, “Valor Monetário Esperado (riscos)”.
Alertado pelo professor Lúcio que, para empresas project-driven, o AGM deve contemplar 2 reuniões (Interna e Externa – com o cliente) . Obviamente, com conteúdos diferentes.  Esta foi, sem dúvida, uma das melhores palestras do congresso.
A oportunidade de conhecer mais sobre a metodologia PRINCE2 me chamou a atenção e essa foi a palestra escolhida entre as demais do mesmo horário. Nela, Adalcir Angelo esclareceu que PRINCE2 na verdade é uma metodologia prescritiva (diferentemente do PMBOK que é um conjunto de melhores práticas). Criada pelo governo britânico, PRINCE2, acrônimo para PRojects IN a Controlled Enviromment, é composta por 7 processos, 7 temas e 7 princípios.  Possui ainda, certificações similares as do PMI. Mais informações em http://www.prince-officialsite.com/ . A palestra serviu como um pontapé inicial para aprofundamentos nesse assunto
Simplicidade foi a tônica da implantação do PMO Ferrosos VALE, tema da apresentação de Rogério Galvão, palestra assistida na sequência.
Comentado por ele sobre a importância de se deixar clara a atuação do PMO no sentido de realizar diagnóstico em projetos. O foco não deve ser  auditoria. Além disso, o PMO deve prever investimentos fortes em capacitação de profissionais. A principal mensagem deixada pelo palestrante foi “Think big, start small, move fast”.
A segunda palestra internacional do evento foi proferida por Nathaniel Quintana. Complementando a palestra do Johnny Mo, o americano voltou a falar da importância das pessoas nos projetos de sucesso. Com o tema “Project Manager as Curator”, Nathaniel reforçou o papel do gerente de projetos como líder (curador) e sua função de integrador de pessoas.  Deixou claro que o principal desafio do gerente de projeto é motivar as pessoas e propõem um modelo de gerenciamento baseado em inovação.
Batizada de “Gerenciamento de Projetos 2.0”, a proposta de Nathaniel é inovar através da utilização de uma série de ferramentas com o objetivo de fortalecer a boa comunicação dentro do projeto. Segundo ele, o gerente de projetos não deve abrir mão da utilização de ferramentas como Wikis, Blogs, Microblogs, Redes Sociais, Podcasts na condução de projetos sendo estas, a chave para o sucesso.
A palestra de encerramento do evento foi proferida por Lacarmélio Alfeo de Araújo. Mais conhecido como o Celton da “Revistinha”. Para quem ainda não teve o prazer de se deparar com ele pelas ruas de Belo Horizonte, o vídeo abaixo pode dar uma noção do trabalho realizado por ele.


Exemplo de persistência, foco e paixão pelo que se faz, Lacarmélio evidenciou diversas características de um bom gerente de projetos, que talvez mesmo sem saber, o ajudou na realização do seu sonho.
Gostaria de deixar aqui a minha homenagem aos voluntários responsáveis pela realização desse grande projeto. “Cidadãos do mundo” de gerenciamento de projetos, contribuíram muito para que essa comunidade seja um “lugar” melhor para se viver!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Competência em Gerenciamento de Projetos


No último evento do ano realizado pelo PMI-MG (Encontro de Filiados), assisti a uma excelente palestra do Cleyson Dellcorso. A qualidade da sua apresentação não foi novidade para mim, já que recentemente tive o prazer de conhecer seu trabalho no 6º Congresso de Gerenciamento de Projetos  PMI-MG.

Nessa palestra, Cleyson comentou sobre um assunto interessantíssimo: As Competências do Gerente de Projetos. De tudo o que foi dito por ele, o que mais me chamou a atenção foi a sua definição de competência. Para ele, competência nada mais é que uma combinação de conhecimento, habilidade e vontade(atitude)

Para ilustrar a sua definição, ele utilizou a metáfora do jogador de futebol competente. Para ter sucesso na sua profissão, ele precisa entender bem as regras desse esporte – conhecimento. Além disso, se tiver conhecimento, mas não ser bom tecnicamente e não dominar os fundamentos do futebol - habilidade, não chegará a lugar algum. E o mais importante: sem garra, motivação, vontade, seus conhecimentos e habilidades serão em vãos.

O interessante da competência é que ela pode ser desenvolvida. O próprio PMI disponibiliza uma framework para isso. A chamada PMCD (Project Manager Competency Development) framework. O propósito primário dessa framework é proporcionar um guia para avaliação de competência de um gerente de projetos.

Em linhas gerais, o PMCD Framework agrupa as competências pessoais do GP em 6 unidades (Comunicação, Liderança, Gestão, Capacidade Cognitiva, Eficácia, Profissionalismo). Como gerente de projetos, precisamos ter a humildade de reconhecer que sempre há espaço para crescimento. Espaço para aumentarmos nosso conhecimento, desenvolvermos nossas habilidades (que seja através de prática), e principalmente, vontade em sermos melhores comunicadores, líderes, gestores, visionários, assertivos e profissionais.
 
Grande abraço e um feliz 2012 a todos!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Corrida da Cemig - Energia Vital

Hoje (20/11/2011) participei da corrida da Cemig – Energia Vital (http://www.corridadacemig.com.br/). Como não poderia deixar de ser, tratei a participação no evento como um projeto. O objetivo sempre esteve “em pauta”: percorrer os 5 quilômetros com segurança, em um ritmo adequado  (de preferência correndo) sem me preocupar com colocação de chegada e sim com o bem estar proporcionado pela prática de uma atividade física saudável além de servir como incentivo a outras participações em eventos dessa natureza.


Após fechado o contrato, ou melhor, realizado a inscrição no evento, iniciei o planejamento, isto é, a preparação para a corrida. Durante as 3 semanas que antecederam a prova, intensifiquei os treinamentos na esteira sempre tendo em mente os 5 km a serem percorridos. O meu ritmo foi aumentando aos poucos até conseguir, às vésperas da competição, completar  4,8 km em 30 minutos (tempo máximo permitido na academia que frequento).  Com essa marca, me senti seguro para o tão aguardado dia.


No dia anterior à corrida, revisei o planejamento de riscos e seu plano de respostas. Mitigando qualquer possibilidade de problemas gastrointestinais durante o evento, procurei seguir uma alimentação adequada, balanceada e indicada para a situação. Na véspera da corrida, dormi cedo, já que o evento estava marcado para as 08:00 do Domingo. Assim, evitaria desgastes desnecessários. Antes disso, separei a roupa e calçado e planejei o cardápio do café da manhã.


Às 06h50min horas do Domingo, já me encontrava em direção da Pampulha, local onde ocorreria o evento.  De onde moro até lá, não gastaria mais que 20 minutos considerando o dia e horário. Porém, acrescentei uma reserva de tempo como contingência para imprevistos. Como planejado, às 07h20min horas já me encontrava na fila para retirada do chip a ser fixado no meu tênis para cronometragem do meu tempo de prova. Nesse momento um risco se concretizou: ao passar o meu chip na leitora de testes, o nome exibido não correspondia ao meu. Tive que procurar a organização para reparar o problema. Como havia outras pessoas com problemas, somente resolvi essa questão faltando 5 minutos para o início da prova. 


Enfim a largada. No início, tive um pouco de dificuldade, mas aos poucos fui me adaptando e consegui seguir o ritmo da esteira, de acordo com o treinamento. A execução do projeto foi formidável e no final superei minhas expectativas completando a prova em menos de 28 minutos. Assim como deveria ocorrer em todo projeto, as comemorações e premiações foram muito gratificantes. Além do recebimento de uma medalha (muito bonita por sinal) de reconhecimento de participação, um farto lanche foi servido.


Objetivo cumprido. Tenho certeza que essa será a 1ª de muitas outras participações em corridas de ruas. Espero que este hábito saudável vire rotina em minha vida. Mas tenho consciência que cada corrida não deixará de ser um projeto com suas características únicas.

Como lição aprendida fica a importância de se considerar riscos mesmo em projetos pequenos. Se não tivesse me planejado adequadamente, fatalmente não conseguiria realizar a prova de acordo com o esperado visto a ocorrência do imprevisto com o chip. Um abraço a todos!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Como me certifiquei PMP?

Muitas pessoas já me perguntaram sobre como foi meu processo de certificação PMP. Sendo assim, gostaria de compartilhar a minha experiência. Lembro, desde já, que realizei a prova em 29/04/2011 quando ela ainda não havia sofrida a alteração ocorrida em 31/08/2011. Essa alteração é decorrência do estudo que o PMI conduz para delinear as funções da credencial PMP a cada cinco ou sete anos procurando garantir que a credencial reflita práticas contemporâneas e se desenvolva para cobrir necessidades atuais da profissão. Apesar dessa mudança, acredito que a minha preparação continua servindo de exemplo para aqueles que almejam essa importante credencial. Para maiores informações sobre esse assunto, acessem os links http://www.pmimg.org.br/principal/noticias/novas-regras-pmp/, http://blog.euax.com.br/exame-da-certificacao-pmp-mudara-em-310820011, http://www.ambithus.com/index.php/comunicacao-2/artigos/124-alteracoes-ao-exame-pmp.
A primeira coisa a se fazer quando se deseja obter a credencial PMP, é conhecer bem o PMP Handbook disponibilizado pelo PMI. Nele, estarão todas as informações necessárias para o processo de certificação. Comigo não foi diferente. Consultando-o, fiquei sabendo dos requisitos para se obter a elegibilidade para a realização do exame:

  • Comprovação de no mínimo 4.500 hs de atividades de liderança em projetos + formação de nível superior. Essas atividades obrigatoriamente têm que ter ocorrido no período compreendido entre os últimos 8 (OITO) anos e se distribuir dentro deste período por no mínimo 36 meses; ou
  • Comprovação de no mínimo 7.500 hs de atividades de liderança em projetos + formação de nível médio, caso não tenha formação de nível superior. Essas atividades obrigatoriamente têm que ter ocorrido no período compreendido entre os últimos 8 (OITO) anos e se distribuir dentro deste período por no mínimo 36 meses.
  • Mínimo de 35 horas de educação recebida especificamente na área de gerenciamento de projetos.

Atenção: A comprovação dessas horas, se dará através de horas gastas em atividades pertencentes a cada um dos grupos de processos segundo o PMBOK(Iniciação, Planejamento, Execução, Monitoramento e Controle e Encerramento) em cada um dos projetos que tenha exercido atividades de liderança. Portanto, esteja preparado. Realize um levantamento prévio do seu histórico de projetos utilizando uma planilha para isto. Como eu preenchia estes requisitos, iniciei o próximo passo rumo a certificação. Após realizar minha inscrição no PMI (você tem que se inscrever no PMI para se candidatar ao exame – não é necessário se tornar membro do PMI, que é pago), submeti os dados de minha experiência profissional e também informações da minha educação na área de gerenciamento de projetos através do formulário próprio disponibilizado pelo PMI. Lembre-se: uma vez que você tenha iniciado o processo, você não pode cancelá-lo. Há a possibilidade de salvar e continuar posteriormente, mas o limite de 90 dias é estabelecido.
 
Pronto! Alguns dias após ter submetido minhas informações, recebi o resultado: aprovado! Como não fui selecionado para o processo de auditoria que tem o objetivo de comprovar a experiência informada (tal auditoria ocorre em 10% das inscrições), a elegibilidade para a realização do exame já estava adquirida. Paguei a taxa do exame logo em seguida, aumentando meu compromisso, e comecei a minha preparação.
 
A primeira decisão que tomei quanto à preparação para o exame foi estudar por conta própria ao invés de participar de um curso preparatório. Pesaram nessa decisão o fato de já ter realizado uma pós-graduação em Gerenciamento de Projetos anteriormente, a minha intenção em aproveitar a oportunidade para realizar uma reciclagem geral no assunto e não apenas focar na prova, além de economizar uma grana que seria gasto no curso. Lembro que essa foi uma decisão pessoal e não quer dizer que seja a melhor escolha para todas as pessoas. Existem diversos cursos sérios que devem ser considerados.
 
A segunda decisão foi em relação ao material a ser utilizado na minha preparação. Para isso, as listas de discussões foram fundamentais, com destaque para o grupo PMI-MG (http://br.groups.yahoo.com/group/PMI-MG/). Decidi então, adotar o seguinte material preparatório: “PMBOK 4ª edição”, “PMP Exam Prep – Rita Mulcahy” e apostilas utilizadas na minha pós-graduação. O site do PMI-MG disponibiliza na página http://www.pmimg.org.br/principal/tudo-sobre-certificacao/certifica-o-pmp/ uma bibliografia bem interessante para quem quiser aprofundar o estudo além de informações bastante esclarecedoras sobre a certificação.
 
O passo seguinte foi planejar como executaria a minha preparação e logo criei um cronograma com as atividades de estudo. Lembrem-se: a certificação é um projeto e assim deve ser tratada. A minha disponibilidade diária não era muito grande. O emprego me tomava, e ainda toma(que bom!) todas as horas entre às 08:00 e às 18:00 horas.  Antes das 21:00 horas, impossível: a família não pode, e não deve, ser preterida. Ainda mais quando se tem um pimpolho de 3 anos de idade que quer sua atenção o tempo todo, ou melhor, as poucas quase 3 horas que se passam entre o chegar do trabalho e a hora dele ir se deitar. Assumi que dedicaria 2 horas diárias 5 vezes por semana para estudo. As quartas-feiras seriam meu descanso (não resistiria ao futebol na TV à noite) e o domingo seria integralmente dedicado ao lazer com a família. Uma vez conhecida minha disponibilidade, defini um plano de estudo e estimei o esforço para as atividades. Pronto! Cronograma elaborado!
O meu plano de estudo consistia basicamente das seguintes atividades: estudar um capítulo do PMBOK, realizar os simulados referentes a tal capítulo no livro da Rita e anotar resultados, estudar o respectivo capitulo no livro da Rita e refazer o simulado do capítulo comparando os resultados. As apostilas do meu curso de pós-graduação também foram utilizadas durante o estudo.

Ao longo de 6 meses (de Novembro 2010 a Abril 2011), segui essa rotina. Foram mais de 240 horas de estudo e muito aprendizado. Nesse período, foram lidos todos os capítulos do PMBOK, todos os capítulos do livro da Rita e realizados todos os simulados também do livro da Rita. Realizei diversas anotações, resumos e esquemáticos que me ajudaram muito. Quando me senti seguro, agendei a prova com um mês de antecedência e intensifiquei os meus estudos. Ao final do estudo, pouco antes da realização do exame, reli o livro da Rita e repeti pela 3ª vez os simulados. Os tempos gastos com a família nos finais de semana tiveram que ser encurtados. Nesse período, dediquei mais tempo à execução de simulados contendo 200 questões, conforme modelo do exame, verificando o tempo gasto. O meu aproveitamento médio em torno de 90%, me deixou mais seguro para realizar o exame.

Enfim, chegou o grande dia. Havia agendado a prova para às 08:00 horas da manhã pois meu rendimento é melhor nesse período. No dia anterior, dromi cedo e apesar de não ser recomendado, ainda dei uma revisada nos meus resumos, anotações e esquemáticos. Isso me deu um pouco mais de tranquilidade.

O exame se iniciou pontualmente e recomendo todos os candidatos a chegarem com pelo menos 30 minutos de antecedência. Não tive problemas em relação ao ambiente de realização da prova, no ICBEU Belo Horizonte – que é o centros de testes Prometric em Minas Gerais, como já havia lido relatos de outras pessoas se queixando quanto a barulho excessivo no local em que realizaram. Já havia planejado a minha estratégia para execução do exame previamente e consegui cumpri-la. A cada 1 hora de prova, verificava se havia executado pelo menos 50 questões no período. Consegui manter a média com um pouco de folga já pensando na revisão das questões. O aplicativo o qual é realizado o exame, permite ao candidato marcar as questões para revisão, ou mesmo deixa-las em branco. Ao final, você pode revisar somente as que foram marcadas, somente as em branco ou ambas. Na verdade, é permitido revisar qualquer questão, bastando para isso, haver tempo. O software é bem amigável e te ajuda bastante quanto a isso. Porém, no meu caso, quase não deu tempo para revisar as questões que eu havia marcado para tal. Cheguei ao final da prova com cerca de 25 questões para revisão faltando apenas 20 minutos para o término. Ou seja, menos de 1 minuto para revisar cada questão. A correria foi grande... mas, deu tempo. Confirmei o término da prova faltando ainda alguns segundos e aguardei um dos 10 segundos mais demorados da minha vida. Com a mensagem (algo do tipo) “Aguarde um instante, processando o resultado do seu exame” exibida na tela, simultaneamente fui remetido aos últimos 6 meses e mais de 240 horas de estudo como se passasse um filme na minha mente. O resultado de todo esse esforço seria apresentado em segundos. Finalmente, o resultado: “CONGRATULATIONS! YOU HAVE PASSED!” Não preciso nem comentar minha emoção...

Sobre o exame propriamente dito, ficam as seguintes dicas:


Já ouvi relatos de muita gente dizendo que achou o prazo de 4 horas mais do que suficiente. Não foi meu caso. Achei a prova muito cansativa e o tempo bem curto. Sendo assim, tente realizar simulados com 200 questões para ir se acostumando com o formato do exame. Porém, tome cuidado com a qualidade dos simulados, pois, há muito material disponível na Internet que ao invés de ajudar só vai atrapalhar e deixá-lo inseguro. Não encontrei nenhum simulado melhor que as questões do livro da Rita (mais de 400 questões). As questões desse livro são, de fato, bem próximas das do exame.

Outra dica importante: Por mais que você estude, sempre haverá uma questão ou outra no exame que conterá algum assunto que você nunca ouviu falar. Não se deixe abalar quando isso ocorrer na hora da prova. No meu caso foi pior: A primeira questão da prova continha em seu  enunciado um termo que não fazia a menor ideia do que se tratava. Era a “picuinha da picuinha”.  Quando sai da prova, fiz questão de pesquisar o termo e fui encontrar algo só no glossário do PMBOK. Fica então outra dica: conheçam muito bem o glossário do PMBOK.

A maioria das questões da prova envolve decisões sobre determinadas situações comuns a rotina de um gerente de projetos. Muitas vezes, todas as respostas são aceitáveis, porém, o candidato deve escolher a resposta correspondente à atitude que melhor se adequa àquela situação.

Além dos cinco grupos de processos do PMBOK, cerca de 10% do exame é sobre Ética e Responsabilidade Profissional. Tudo bem que ética e responsabilidade são qualidades universais, porém, não podemos esquecer dos aspectos culturais. E nós, tupiniquins, estamos bastante acostumados com o “jeitinho brasileiro”. Isso pode contribuir negativamente ao responder questões do exame. Temos que lembrar que o PMI é uma instituição americana e a prova é elaborada considerando a cultura americana. Por isso, todo cuidado é pouco. Não coincidentemente, o meu pior desempenho no exame foi nessa área.

Bom, essa foi minha experiência relativa ao processo de certificação PMP. Espero que seja útil a quem deseja ou esteja trilhando esse caminho rumo a credencial. Um abraço a todos!


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

6o Congresso de Gerenciamentos de Projeto PMI-MG

Nos dias 19 e 20 de Setembro, tive o prazer de participar do 6º Congresso de Gerenciamento de Projetos promovido pelo PMI-MG. Foi uma grande oportunidade de aprendizado, reencontro com amigos da área de gerenciamento de projetos e prática de networking.

Gostaria de compartilhar com vocês, prezados leitores, um resumo do que de melhor aconteceu, na minha humilde opinião, neste grande evento.

Com uma pontualidade britânica, a abertura do evento ocorreu às 09:00 horas com as boas vindas sendo proferidas pelo presidente do PMI-MG, Ivo Michalick. Ele aproveitou a oportunidade para informar que esse capítulo atingiu a marca de 1001 participantes, passando assim a fazer parte da categoria III. Parabéns presidente! Ainda na abertura, Juliano Reis, representante brasileiro do PMI, comentou sobre o momento especial pela qual passa a economia do nosso pais e da carência de profissionais de gerenciamento de projeto para atender ao crescimento do Brasil.

Na sequência, o Keynote Speaker – Christian Barbosa, apresentou, com grande propriedade, a palestra “Mais Tempo – Como conseguir mais equilíbrio e produtividade”. Foi exibido um vídeo que no mínimo nos faz refletir sobre o uso que fazemos do nosso tempo. Vale a pena conferi-lo:
Ele aproveitou para informar um dado estatístico que nos serve de alerta: apenas 1/3 das reuniões são eficazes. Colegas Gerentes de Projetos, como estamos conduzindo, organizando e até mesmo filtrando as reuniões que devemos participar? Apresentou ainda o método “A tríade do tempo” em que propõe a divisão das atividades em “Importantes”, “Urgentes” e “Circunstanciais” sendo que o ideal é a divisão 70% para “Importantes”, 20 % para “Urgentes” e 10% para “Circunstanciais”. Segundo o próprio autor da metodologia, o desafio da Tríade ideal é manter sua vida baseada nas coisas mais importantes e tirar das urgências e das coisas circunstanciais o poder de influenciar sua vida. Christian alertou ainda sobre a criação do senso de urgência nas organizações, e o pior: sua valorização. Citou o exemplo de gerentes que solicitam às 17:45 horas um relatório complexo a seus subordinados e os premiam uma vez concluído o trabalho, ainda no mesmo dia, sobre grande pressão e estresse. A palestra foi simplesmente genial. Mais informações podem ser obtidas em www.triadeps.com.br.

A próxima palestra que assiste foi “Como melhorar a maturidade do gerenciamento de projetos, programas e portfolios em sua empresa” proferida Carlos Magno da Beware Consultoria. Ele comentou bastante sobre a importância da capacidade de adaptação dos líderes, principalmente na hora de decidir como conduzir os diferentes tipos de projetos sob suas responsabilidades. Recomendado ainda, a adoção de uma metodologia que contemple, de alguma maneira, as nove áreas de conhecimento segundo o PMBOK. Outro fator de sucesso citado pelo palestrante foi a existência de um ponto focal no projeto baseado na regra de Paretto que diz que 20% das causas geram 80% das consequências. A importância do papel do PMO como facilitador dos projetos também foi lembrada. http://www.beware.com.br/noticia.php?id_not=116
Após o almoço, a palestra “Gerente também é gente” não permitiu ninguém ficar com sono. André Barcaui conduziu brilhantemente a apresentação tratando assunto sério com uma doze de humor. Comentou a enorme lista de competências exigidas ao gerente de projetos que precisa ser quase um “Super Homem”. Achei interessante o quadro exibido por ele a respeito dos tipos de habilidades comportamentais ao longo da carreira gerencial.
Foi muito comentado também, o desafio dos gerentes de projetos quanto à questão do choque de gerações. Hoje em dia é muito comum pessoas das gerações “Belle Epoque”(1920 a 1940), “Baby Boomers” (1941 a 1960), “Geração X” (1961 e 1980) e “Geração Y” (1980 a 1999) formarem equipes de projetos. O gerente de projetos deve estar preparado para saber lidar com cada uma destas gerações. Mais informações em www.bbbrothers.com.br .

Logo após, foi a vez da palestra “Gestão Emocional: Uma abordagem cognitivo comportamental” conduzida por Vera Martins da Assertiva Consultores. Autora do livro “Seja Assertivo!”, Vera nos apresentou algumas dicas para desenvolvermos relações maduras e a respeitar os direitos e opiniões dos outros sem deixar de sermos assertivos, comportamentos estes, tão valorizados no caso dos gerentes de projetos. Mais informações em http://pt.wikipedia.org/wiki/Assertividade e http://www.assertiva.com.br/.

O 1º dia do congresso foi fechado com a palestra “Gerenciamento de projetos aplicado a projetos de BPM” onde as palestrantes Sandra Camelo e Paula Coelho explicaram as relações existentes entre Gerenciamento de Projetos e Gestão de Processos.

O 2º e último dia do congresso começou com a palestra “Gestão de Conflitos no processo de Desenvolvimento Sustentável” proferida por Olympio Barbanti da Kastalia Consultoria. Confesso que minha expectativa era outra: resolução de conflitos internos. Contudo, algumas conclusões sobre conflitos foram muito bem repassadas: “Muitas vezes um conflito não tem solução. Deve-se conviver com ele realizando sua gestão”. “Independente da estratégia a ser adotada em resoluções de conflitos, a comunicação é essencial”. “Os conflitos podem ser benéficos". Foi apresentado também, o ciclo de vida de conflitos (Gatilho>Escalada>Clímax> Negociação>Acordo).

A próxima palestra que assisti foi uma das minhas preferidas do congresso: “As dificuldades comportamentais do GP: Vencendo Desafios” de Cleyson Dellcorso. Ele toca em um assunto polêmico ao criticar o nosso atual sistema de ensino (fundamental, médio e até mesmo superior) que aboliu em quase sua totalidade disciplinas como Filosofia, Sociologia, Antropologia justificando, em parte, certas carências comportamentais da maioria dos gerentes de projetos. “Não fomos formados e nem estamos preparados para trabalhar com gente”. Foi listada por ele uma série de Soft Skills essenciais para o gerente de projetos(me lembrei do Super Homem da palestra do André Barcaui). São elas: Liderança (a principal segundo ele), Trabalho em equipe, Capacidade de Negociação, Comunicação, Criatividade, Inovação, Prudência, Flexibilidade, Otimismo, Assertividade (lembram da palestra da Vera Martins?), Ética, Visão Sistêmica, Qualidade de Vida, Compartilhamento do Conhecimento, Autodesenvolvimento, Intuição. Ele frisou bastante a qualidade de vida incentivando aos participantes da palestra a conhecer bem as pessoas das suas equipes e envolve-las em sua vida pessoal e se envolver na delas. Devemos tratar a equipe como parte da nossa família. Forte, não? Pra quem achou a lista de comportamentos muito grande, ele deixou uma dica de livro que pode ajudar: “O amor é a melhor estratégia” de Tim Sanders (um dos fundadores do Yahoo). Mais informações em www.dellcorso.com.br.

A palestra seguinte foi “Scrum Contracts” (Heitor Roriz). Dela, sai com a certeza de que as organizações e também os gerentes de projetos precisam tomar muito cuidado de quando e como usar metodologias ágeis em projetos (lembram da flexibilidade?). O palestrante citou um caso de um encontro SCRUM que contou com a participação do consagrado Ricardo Vargas o qual foi questionado por um participante sobre a nova tendência das equipes autogerenciáveis (mundo ágil). Conforme definido pelo Scrum, a figura do GP é desnecessária. Ricardo Vargas rebateu a pergunta questionando se ele usaria SCRUM em um projeto de construção de uma plataforma de petróleo envolvendo bilhões de reais. Mais informações em www.massimus.com.

“Como você está criando a sua carreira em uma terra de oportunidades?” foi a palestra apresentada por André Choma da Vale que deixou 7 dicas preciosas aos GPs:
  1. Estabeleça uma meta;
  2. Busque capacitação constante;
  3. Estabeleça boas relações no trabalho;
  4. Eleja um mentor;
  5. Busque feedback constante;
  6. Exponha-se;
  7. Networking.
Qualquer semelhança com outras palestras não é mera coincidência. Ainda não se esqueceram do Super Homem, né? Dica de livro do palestrante: "Paixão por Vencer" de Jack Welch.

A palestra mais descontraída do evento foi “Gestão de Vidas: o seu projeto mais importante”. Marcelo Andrade compartilhou experiências de vida com a plateia sensibilizando-a da importância de saber equilibrar a vida profissional com a vida pessoal. Bacana!
Superando todas as minhas expectativas, o congresso foi fechado com chave de ouro. Amir Klink simplesmente deu um show ao relatar suas aventuras náuticas e permitir que a plateia traçasse, quase que automaticamente, um paralelo com a realidade do gerenciamento de projetos. “Possuo mais de 20 viagens à Antártica. Cada nova viagem, a trato de maneira diferente, passando por ansiedades e medos até mesmo maiores que os da primeira”. Preciso dizer alguma coisa? http://www.amyrklink.com.br/
De forma geral o Congresso foi muito bem organizado e aproveito para parabenizar a todos os responsáveis por esse grande projeto que foi um grande sucesso! Comemorem!