O 7º Congresso de Gerenciamento de Projetos promovido pelo
PMI-MG começou quente!
Após as boas vindas do presidente do capítulo, Ivo
Michalick, e também do representante brasileiro do PMI, Juliano Reis, ninguém
menos que Ricardo Vargas foi o responsável pela palestra de abertura do evento.
Com o tema “Pulse of
the Profession”, Ricardo Vargas pautou 5 tendências atuais do Gerenciamento
de Projetos:
1.
Gestão de Portfólios;
2.
Práticas Ágeis;
3.
Gestão de Riscos e Mudanças;
4.
Desenvolvimento de Talentos;
5.
Entrega de benefícios;
Frisou muito a importância da entrega de benefícios pelos
projetos não bastando cumprir planos. “A parte fácil é o planejamento. O
difícil é fazer as coisas acontecerem”. E para entregar benefícios, o gerente
de projetos precisa lançar mão da flexibilidade. Aliás, flexibilidade foi, assim como simplicidade,
um dos termos mais observados nas palestras.
Segundo Vargas, o que interessa é entregar resultado
(benefício) rapidamente sem ficar preso a problemas.
Como recado final, Ricardo Vargas reafirmou que gerenciar
projetos dá trabalho. Basta “deixar rolar” para que o projeto comece a dar
errado (princípio da entropia).
Na sequência, veio a palestra do canadense Johnny Mo.
“Inspiração” foi o pilar de sustentação da sua apresentação. “Pessoas não são
gerenciadas, são lideradas”; pela inspiração.
Segundo Johnny Mo, grandes líderes são grandes comunicadores
e consequentemente grandes inspiradores. Além disso, ele concorda com Jack
Welch (GE) que defendeu a ideia de que líderes não nascem prontos. São feitos.
Para ilustrar o poder da inspiração, Johnny exibiu o vídeo de
Dick e Rick:
A palestra “Competências para Mudanças”, proferida por
Weibson Braga, serviu para acordar muita gente após o almoço. Recheada de
dinâmicas, a palestra passou muito bem a mensagem de que a única constante é a
mudança. E os gerentes de projetos precisam estar bem cientes disso.
Após, assisti à palestra de Hector Paulo: “Como avaliar e
desenvolver o líder eficaz de projetos”. Nela, foi apresentada a metodologia
SYMLOG (http://www.symlog.com/) utilizada
para desenvolver habilidades comportamentais através da observação do
comportamento do indivíduo quando ele interage com outras pessoas.
“Comunicando-se com Eficácia” foi o tema da palestra
seguinte, proferida por João Carlos de Araújo da Silva Neto. Johnny Mo já havia
relembrado que, de acordo com o PMBOK, comunicação foi identificada como uma
das principais razões para sucesso ou falha de projetos. João Carlos informou
que o Gerente de Projetos passa mais de 50% do seu tempo comunicando. Daí, não
é difícil entender a importância da comunicação eficaz em projetos.
Um recado importante dessa palestra foi a de que assim como riscos,
a identificação de stakeholders e o plano de comunicação devem ser trabalhados
durante todo o projeto. Além disso, o gerente de projeto deve estabelecer uma
política de feedbacks para verificar a validade da comunicação.
Ao final do dia, os congressistas foram brindados com um
coquetel de confraternização. Ótima oportunidade para reforçar o networking!
Já no dia 25/09, a primeira palestra que assisti foi na
verdade uma apresentação de um CASE. “Implantação do PMO Tecnometal: Criando
Valor em Gestão de Projetos”. Renato Mangussi, contou a trajetória,
dificuldades, desafios e resultados da implantação do PMO em sua empresa. Como
principais motivações para sua criação, foram citadas:
1.
Relatórios de projetos sem padrão;
2.
Informações inconsistentes;
3.
Necessidade de análise da carteira de forma
integrada;
4.
Tomada de decisões precisava ser mais rápida;
5.
Resultados dos projetos podiam ser melhores;
6.
Necessidade de fortalecer a cultura de
gerenciamento de projetos;
7.
Demora na geração de informações de fluxo de
caixa.
As principais entregas do “projeto” foram:
1.
Metodologia (MTGP);
2.
Implantação do EPM (Sistema Informatizado);
3.
PMO estruturado;
Foram relatados também os serviços prestados atualmente pelo
PMO, porém um dos que mais me chamou a atenção foi a abordagem dada à manutenção
da metodologia de gerenciamento de projetos (MTGP). Eles estão sempre a
revisando no sentido de simplificá-la. Lembram-se do termo SIMPLICIDADE?
Na sequência, tive o prazer de rever um professor dos tempos
de pós-graduação: Lúcio Diniz. Como não podia ser diferente, o professor Lúcio
expôs com clareza e objetividade a “Metodologia para Controle Integrado de
Projetos: Prática de AGM’s (Avaliação Gerencial Mensal)”. Para embasar sua
apresentação, esclareceu a diferença entre empresas project-driven e
process-driven. Basicamente, empresas project-driven têm projetos como fonte de
receita(geralmente fornecedores). Já em
empresas process-driven, projetos não são fontes de receita e sim investimentos
(geralmente clientes).
AGM nada mais é do que uma reunião deliberativa (deve gerar
ações) composta por duas partes. Na 1ª – analítica, são discutidos DESTAQUES(o
que aconteceu de diferente do plano), TENDÊNCIAS(consequências dos destaques),
FATORES CRÍTICOS (Impactos em prazos, custos etc e que precisa ser resolvido) e
ACÕES (o que deve ser feito para resolver os fatores críticos). Na 2ª parte da
reunião – quantitativa, são apresentados números e gráficos tais como “PrevistoxRealizado”,
“Relatórios financeiros”, “Curva S”, “Valor Agregado”, “Valor Monetário Esperado
(riscos)”.
Alertado pelo professor Lúcio que, para empresas
project-driven, o AGM deve contemplar 2 reuniões (Interna e Externa – com o
cliente) . Obviamente, com conteúdos diferentes. Esta foi, sem dúvida, uma das melhores
palestras do congresso.
A oportunidade de conhecer mais sobre a metodologia PRINCE2
me chamou a atenção e essa foi a palestra escolhida entre as demais do mesmo
horário. Nela, Adalcir Angelo esclareceu que PRINCE2 na verdade é uma
metodologia prescritiva (diferentemente do PMBOK que é um conjunto de melhores
práticas). Criada pelo governo britânico, PRINCE2, acrônimo para PRojects IN a
Controlled Enviromment, é composta por 7 processos, 7 temas e 7 princípios. Possui ainda, certificações similares as do
PMI. Mais informações em http://www.prince-officialsite.com/
. A palestra serviu como um pontapé inicial para aprofundamentos nesse assunto
Simplicidade foi a tônica da implantação do PMO Ferrosos
VALE, tema da apresentação de Rogério Galvão, palestra assistida na sequência.
Comentado por ele sobre a importância de se deixar clara a
atuação do PMO no sentido de realizar diagnóstico em projetos. O foco não deve
ser auditoria. Além disso, o PMO deve
prever investimentos fortes em capacitação de profissionais. A principal
mensagem deixada pelo palestrante foi “Think big, start small, move fast”.
A segunda palestra internacional do evento foi proferida por
Nathaniel Quintana. Complementando a palestra do Johnny Mo, o americano voltou
a falar da importância das pessoas nos projetos de sucesso. Com o tema “Project
Manager as Curator”, Nathaniel reforçou o papel do gerente de projetos como líder
(curador) e sua função de integrador de pessoas. Deixou claro que o principal desafio do
gerente de projeto é motivar as pessoas e propõem um modelo de gerenciamento
baseado em inovação.
Batizada de “Gerenciamento de Projetos 2.0”, a proposta de
Nathaniel é inovar através da utilização de uma série de ferramentas com o
objetivo de fortalecer a boa comunicação dentro do projeto. Segundo ele, o
gerente de projetos não deve abrir mão da utilização de ferramentas como Wikis,
Blogs, Microblogs, Redes Sociais, Podcasts na condução de projetos sendo estas,
a chave para o sucesso.
A palestra de encerramento do evento foi proferida por
Lacarmélio Alfeo de Araújo. Mais conhecido como o Celton da “Revistinha”. Para
quem ainda não teve o prazer de se deparar com ele pelas ruas de Belo Horizonte,
o vídeo abaixo pode dar uma noção do trabalho realizado por ele.
Exemplo de persistência, foco e paixão pelo que se faz, Lacarmélio evidenciou diversas características de um bom gerente de projetos, que talvez mesmo sem saber, o ajudou na realização do seu sonho.
Gostaria de deixar aqui a minha homenagem aos voluntários
responsáveis pela realização desse grande projeto. “Cidadãos do mundo” de
gerenciamento de projetos, contribuíram muito para que essa comunidade seja um
“lugar” melhor para se viver!
Parabéns pelo relato. Quase que participei das mesmas palestras e obtive a mesma percepção. Excelente contribuição e comentário, e serve como resumo de todo o congresso.
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