terça-feira, 2 de outubro de 2012

7º Congresso de Gerenciamento de Projetos PMI-MG


O 7º Congresso de Gerenciamento de Projetos promovido pelo PMI-MG começou quente!
Após as boas vindas do presidente do capítulo, Ivo Michalick, e também do representante brasileiro do PMI, Juliano Reis, ninguém menos que Ricardo Vargas foi o responsável pela palestra de abertura do evento.
Com o tema “Pulse of the Profession”, Ricardo Vargas pautou 5 tendências atuais do Gerenciamento de Projetos:
1.       Gestão de Portfólios;
2.       Práticas Ágeis;
3.       Gestão de Riscos e Mudanças;
4.       Desenvolvimento de Talentos;
5.       Entrega de benefícios;
Frisou muito a importância da entrega de benefícios pelos projetos não bastando cumprir planos. “A parte fácil é o planejamento. O difícil é fazer as coisas acontecerem”. E para entregar benefícios, o gerente de projetos precisa lançar mão da flexibilidade. Aliás, flexibilidade foi, assim como simplicidade, um dos termos mais observados nas palestras.
Segundo Vargas, o que interessa é entregar resultado (benefício) rapidamente sem ficar preso a problemas.
Como recado final, Ricardo Vargas reafirmou que gerenciar projetos dá trabalho. Basta “deixar rolar” para que o projeto comece a dar errado (princípio da entropia).
Na sequência, veio a palestra do canadense Johnny Mo. “Inspiração” foi o pilar de sustentação da sua apresentação. “Pessoas não são gerenciadas, são lideradas”; pela inspiração.
Segundo Johnny Mo, grandes líderes são grandes comunicadores e consequentemente grandes inspiradores. Além disso, ele concorda com Jack Welch (GE) que defendeu a ideia de que líderes não nascem prontos. São feitos.
Para ilustrar o poder da inspiração, Johnny exibiu o vídeo de Dick e Rick:


A palestra “Competências para Mudanças”, proferida por Weibson Braga, serviu para acordar muita gente após o almoço. Recheada de dinâmicas, a palestra passou muito bem a mensagem de que a única constante é a mudança. E os gerentes de projetos precisam estar bem cientes disso.
Após, assisti à palestra de Hector Paulo: “Como avaliar e desenvolver o líder eficaz de projetos”. Nela, foi apresentada a metodologia SYMLOG (http://www.symlog.com/) utilizada para desenvolver habilidades comportamentais através da observação do comportamento do indivíduo quando ele interage com outras pessoas.
“Comunicando-se com Eficácia” foi o tema da palestra seguinte, proferida por João Carlos de Araújo da Silva Neto. Johnny Mo já havia relembrado que, de acordo com o PMBOK, comunicação foi identificada como uma das principais razões para sucesso ou falha de projetos. João Carlos informou que o Gerente de Projetos passa mais de 50% do seu tempo comunicando. Daí, não é difícil entender a importância da comunicação eficaz em projetos.
Um recado importante dessa palestra foi a de que assim como riscos, a identificação de stakeholders e o plano de comunicação devem ser trabalhados durante todo o projeto. Além disso, o gerente de projeto deve estabelecer uma política de feedbacks para verificar a validade da comunicação.
Ao final do dia, os congressistas foram brindados com um coquetel de confraternização. Ótima oportunidade para reforçar o networking!
Já no dia 25/09, a primeira palestra que assisti foi na verdade uma apresentação de um CASE. “Implantação do PMO Tecnometal: Criando Valor em Gestão de Projetos”. Renato Mangussi, contou a trajetória, dificuldades, desafios e resultados da implantação do PMO em sua empresa. Como principais motivações para sua criação, foram citadas:
1.       Relatórios de projetos sem padrão;
2.       Informações inconsistentes;
3.       Necessidade de análise da carteira de forma integrada;
4.       Tomada de decisões precisava ser mais rápida;
5.       Resultados dos projetos podiam ser melhores;
6.       Necessidade de fortalecer a cultura de gerenciamento de projetos;
7.       Demora na geração de informações de fluxo de caixa.
As principais entregas do “projeto” foram:
1.       Metodologia (MTGP);
2.       Implantação do EPM (Sistema Informatizado);
3.       PMO estruturado;
Foram relatados também os serviços prestados atualmente pelo PMO, porém um dos que mais me chamou a atenção foi a abordagem dada à manutenção da metodologia de gerenciamento de projetos (MTGP). Eles estão sempre a revisando no sentido de simplificá-la. Lembram-se do termo SIMPLICIDADE?
Na sequência, tive o prazer de rever um professor dos tempos de pós-graduação: Lúcio Diniz. Como não podia ser diferente, o professor Lúcio expôs com clareza e objetividade a “Metodologia para Controle Integrado de Projetos: Prática de AGM’s (Avaliação Gerencial Mensal)”. Para embasar sua apresentação, esclareceu a diferença entre empresas project-driven e process-driven. Basicamente, empresas project-driven têm projetos como fonte de receita(geralmente fornecedores).  Já em empresas process-driven, projetos não são fontes de receita e sim investimentos (geralmente clientes).
AGM nada mais é do que uma reunião deliberativa (deve gerar ações) composta por duas partes. Na 1ª – analítica, são discutidos DESTAQUES(o que aconteceu de diferente do plano), TENDÊNCIAS(consequências dos destaques), FATORES CRÍTICOS (Impactos em prazos, custos etc e que precisa ser resolvido) e ACÕES (o que deve ser feito para resolver os fatores críticos). Na 2ª parte da reunião – quantitativa, são apresentados números e gráficos tais como “PrevistoxRealizado”, “Relatórios financeiros”, “Curva S”, “Valor Agregado”, “Valor Monetário Esperado (riscos)”.
Alertado pelo professor Lúcio que, para empresas project-driven, o AGM deve contemplar 2 reuniões (Interna e Externa – com o cliente) . Obviamente, com conteúdos diferentes.  Esta foi, sem dúvida, uma das melhores palestras do congresso.
A oportunidade de conhecer mais sobre a metodologia PRINCE2 me chamou a atenção e essa foi a palestra escolhida entre as demais do mesmo horário. Nela, Adalcir Angelo esclareceu que PRINCE2 na verdade é uma metodologia prescritiva (diferentemente do PMBOK que é um conjunto de melhores práticas). Criada pelo governo britânico, PRINCE2, acrônimo para PRojects IN a Controlled Enviromment, é composta por 7 processos, 7 temas e 7 princípios.  Possui ainda, certificações similares as do PMI. Mais informações em http://www.prince-officialsite.com/ . A palestra serviu como um pontapé inicial para aprofundamentos nesse assunto
Simplicidade foi a tônica da implantação do PMO Ferrosos VALE, tema da apresentação de Rogério Galvão, palestra assistida na sequência.
Comentado por ele sobre a importância de se deixar clara a atuação do PMO no sentido de realizar diagnóstico em projetos. O foco não deve ser  auditoria. Além disso, o PMO deve prever investimentos fortes em capacitação de profissionais. A principal mensagem deixada pelo palestrante foi “Think big, start small, move fast”.
A segunda palestra internacional do evento foi proferida por Nathaniel Quintana. Complementando a palestra do Johnny Mo, o americano voltou a falar da importância das pessoas nos projetos de sucesso. Com o tema “Project Manager as Curator”, Nathaniel reforçou o papel do gerente de projetos como líder (curador) e sua função de integrador de pessoas.  Deixou claro que o principal desafio do gerente de projeto é motivar as pessoas e propõem um modelo de gerenciamento baseado em inovação.
Batizada de “Gerenciamento de Projetos 2.0”, a proposta de Nathaniel é inovar através da utilização de uma série de ferramentas com o objetivo de fortalecer a boa comunicação dentro do projeto. Segundo ele, o gerente de projetos não deve abrir mão da utilização de ferramentas como Wikis, Blogs, Microblogs, Redes Sociais, Podcasts na condução de projetos sendo estas, a chave para o sucesso.
A palestra de encerramento do evento foi proferida por Lacarmélio Alfeo de Araújo. Mais conhecido como o Celton da “Revistinha”. Para quem ainda não teve o prazer de se deparar com ele pelas ruas de Belo Horizonte, o vídeo abaixo pode dar uma noção do trabalho realizado por ele.


Exemplo de persistência, foco e paixão pelo que se faz, Lacarmélio evidenciou diversas características de um bom gerente de projetos, que talvez mesmo sem saber, o ajudou na realização do seu sonho.
Gostaria de deixar aqui a minha homenagem aos voluntários responsáveis pela realização desse grande projeto. “Cidadãos do mundo” de gerenciamento de projetos, contribuíram muito para que essa comunidade seja um “lugar” melhor para se viver!

Um comentário:

  1. Parabéns pelo relato. Quase que participei das mesmas palestras e obtive a mesma percepção. Excelente contribuição e comentário, e serve como resumo de todo o congresso.

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